Olá, aqui é o Matheus e estou de volta com uma nova postagem. Após falar sobre a Tarde das Garrafadas, estou de volta com uma categoria e falando sobre a Copa do Mundo. Como falta pouco tempo para a Copa do Mundo na Rússia, decidi fazer pelo menos uma postagem ao mês sobre ela. E aproveitando estrearei a categoria Top, categoria onde o nome diz tudo, trata-se um top de um tema, sendo que a classificação será feita baseada em minha opinião e o número do top será aleatório, podendo ter 5, 3 ou até mesmo 10 nomes. E pra começar falarei sobre um tema que gosto bastante, que são as Zebras, ou sendo mais específico, a 5 Maiores Zebras da História das Copas. Antes de começar, quero acrescentar que as zebras se tratam de times que fizeram campanhas surpreendentes, não colocarei zebras como o Milagre de Belo Horizonte, tema esse que já abordei inclusive. Então sem mais enrolações vamos começar.
5º Lugar: Senegal (2002)
Para começar esse top vamos falar da seleção senegalesa em 2002. Confesso que tive dificuldade de escolher uma única surpresa dessa copa, minha vontade mesmo era de por a Copa de 2002 em si, pois creio que não há copa com mais surpresas e decepções que ela. Mas como tenho que colocar apenas 1, decidi colocar o caso que na minha opinião foi o mais marcante. Antes vamos contextualizar.
Essa era a 1ª participação de Senegal em uma Copa do Mundo, uma seleção que a época, e ainda hoje, não é considerada uma das grandes do continente africano. Quando falamos de futebol africano sempre nos lembramos de seleções como: Egito, Nigéria, Camarões, Costa do Marfim e Gana.
A equipe chegava a Copa como uma azarona. Isso ficou mais evidente quando nos sorteios dos grupos, Senegal caiu no grupo A com França (Atual campeã mundial e favorita ao título), Uruguai e Dinamarca. Ou seja, parecia que a ela seria o saco de pancadas das outras seleções.
Parecia. Logo na estréia com o gol de Bouba Diop, bate a atual campeã mundial França por 1x0, fazendo um resultado histórico pra seleção senegalesa e para as copas. Depois na 2ª partida a equipe empata em 1x1 contra a Dinamarca, saindo atrás do placar, mas vendo Diao empatar de pênalti. Na última rodada, o empate em 3x3 contra o Uruguai (Partida essa onde a Senegal abriu 3x0 no 1º tempo. Mesmo sofrendo o empate no 2º tempo, se classificou por ter mais pontos), classifica a equipe para a 2ª fase da Copa, fazendo história.
Nas 8ª de final, enfrentou a tradicional Suécia e venceu de virada por 2x1, sendo que o 2º gol saiu apenas na prorrogação, que a época ainda era disputada com gol de ouro. Porém nas 4ª de final, enfrentou a seleção turca e segurou o 0x0 até a prorrogação, onde sofreu o gol de ouro de Mansiz, perdendo de 1x0 pra Turquia que ao final da competição terminaria na 3ª colocação.
Depois dessa participação marcante ficando em 7º na classificação da copa, melhor colocação do país até hoje em copas, Senegal ficou fora de 3 copas voltando apenas nessa copa de 2018 na Rússia, caindo no grupo H, junto com Colômbia, Japão e Polônia. Será que vem surpresa de novo?
4º Lugar: Costa Rica (2014)
Essa provavelmente é mais conhecida e lembrada por ter acontecido na última Copa do Mundo no Brasil. A Costa Rica tinha participado de apenas 3 edições até 2014, sendo que nesse século ela tinha ficado de fora apenas da Copa de 2010, na África do Sul. No sorteio dos grupos, ela caiu no dito "Grupo da Morte", com Uruguai, Itália e Inglaterra, ou seja, caiu em um grupo com 3 seleções campeãs mundiais. Todos se perguntavam quais seriam as seleções que passariam entre essas 3. Ninguém acreditava nos Ticos (Um dos vários apelidos da seleção costarriquenha).
Porém essa ideia de que ela seria "saco de pancadas" ficou apenas na ideia mesmo porque logo na estréia, a seleção que tinha como destaques o goleiro Keylor Navas e os atacantes Bryan Ruíz e Joel Campbell, bateu o cabeça de chave do grupo, o Uruguai, de virada por 3x1 e com uma bela atuação de Campbell.
Um golpe de sorte? Que nada! Na 2ª partida, bateu a seleção italiana por 1x0 e se classificou para a 2ª fase graças à 2ª derrota da Inglaterra por 2x1. Na última rodada o empate de 0x0 com a já eliminada Inglaterra deu aos Ticos a impensável 1ª colocação do grupo. E junto com o Uruguai que bateu a Itália por 1x0 no sufoco, passaram de fase.
Nas 8ª de final, enfrentou a perigosa seleção grega. Após empatar em 1x1 no tempo normal, com Bryan Ruíz abrindo o placar e Papastathopoulos empatando no final, os Ticos bateram a Grécia nos pênaltis por 5x3. Nas 4ª de final enfrentaram a Holanda, comandada por Robben (Em minha opinião, o melhor jogador dessa copa). Após empatar em 0x0, a equipe acabou caindo pra Laranja Mecânica nos pênaltis por 4x3, em uma consagração do goleiro Tim Krul que pegou 2 pênaltis dos costarriquenhos. No final a seleção terminou em 8º colocado, sendo até então a melhor campanha da seleção em copas.
Após essa copa, a Costa Rica ganhou o apelido de El Mata Grandes (O matador de Grandes) e hoje é vista como uma seleção que dá trabalho pra seleções mais fortes. Nessa Copa, a seleção costarriquenha forma o grupo E com Brasil, Suíça e Sérvia.
3º Lugar: Croácia (1998)
Curiosamente o número 3 não é só a colocação da Croácia nesse top, mas também a melhor colocação dos Vatreni (Ardentes em croata) se tratando de copas. Para quem não sabe a Croácia junto de Sérvia (Sua maior rival no futebol), Bósnia e Herzegovina, Montenegro, Eslovênia e Macedônia formavam a extinta Iugoslávia, país socialista que era muito forte e de extrema tradição no futebol. Porém na década de 1990 muitas regiões começaram a guerrear e no fim acabaram se separando e formando esses 6 países. Essa foi a 1ª copa que a Croácia disputou como um país independente. Vale lembrar também que foi a 1ª copa disputada com o modelo que é utilizado até hoje, de 8 grupos com 4 times cada onde passam os 2 primeiros colocados.
Na 1ª fase, os Vatreni caíram no grupo H junto de Argentina, Japão e Jamaica. Argentina e Croácia passaram fácil no grupo vencendo tanto Japão quanto Jamaica. Porém no confronto direto, a Argentina venceu por 1x0 a Croácia e passou na 1ª colocação.
Nas 8ª de final enfrentaram a Romênia de Hagi e Popescu, uma das seleções que poderia surpreender. Com o gol solitário de Suker (Terminou como artilheiro da copa com 6 gols), os croatas bateram os romenos por 1x0. Nas 4ª de final a Alemanha uma das seleções mais fortes da copa contava com nomes como Lothar Matthaus, Klinsmann e Bierhoff. Porém o que se viu foi um verdadeiro passeio onde com 1 de Jarni e 2 do artilheiro Suker, os croatas surpreenderam os alemães e venceram por 3x0, chegando a inédita semifinais.
Lá enfrentaram a anfitriã e futura campeã daquela edição, a França, que comandada por Zidane, bateu os croatas de virada por 2x1. Mesmo fora da final, na disputa pelo 3º lugar os croatas ainda bateram a Holanda por 2x1, ficando com o ponto mais baixo do pódio.
Após essa histórica participação, a Croácia ainda disputou 3 edições de copa do mundo, ficando fora apenas em 2010, porém em todas ela caiu na fase de grupos ainda. Nessa copa ela caiu no Grupo D com Argentina, Islândia e Nigéria.
2º Lugar: Polônia (1974)
Na 2ª colocação temos a Biało-czerwoni (A alvirrubra em polonês), uma das seleções que mais simpatizo e que gosto no futebol atualmente, que não foi uma, mas duas vezes 3º colocada em Copa do Mundo (1974 e 1982). Porém vou abordar a campanha de 1974, na Alemanha Ocidental, copa essa que ficou marcada pelo mágico Carrossel Holandês.
Antes de explicar o feito da Polônia, preciso explicar sobre o formato dessa copa. Existiam duas fases, sendo a 1ª formada por 4 grupos de 4 times onde eles se enfrentavam em turno único e os 2 melhores de cada grupo passavam. Na 2ª fase era formado 2 novos grupos também com 4 equipes cada. Após as equipes se enfrentarem também em turno único, o 1º de cada grupo se disputaria à final e o 2º colocado disputariam o 3º lugar.
Na 1ª fase, os poloneses caíram no grupo 4 junto da atual vice campeã Itália, Argentina e Haiti. Os Alvirrubros que tinham como destaques o atacante Lato, artilheiro da copa com 7 gols, os meias Deyna e Kasperczak, passaram em 1º lugar vencendo todos os seus adversários, incluindo um 7x0 em cima do Haiti. Junto da Polônia, a Argentina passou em 2º deixando a Itália pra trás.
Na 2ª fase, o time caiu no grupo 2, formado pela anfitriã e futura campeão Alemanha Ocidental, e as tradicionalíssimas Iugoslávia e Suécia. A Polônia bateu os suecos por 1x0 e os iugoslavos por 2x1, mas no jogo decisivo, perdeu para os alemães por 1x0, ficando na 2ª colocação, indo para a disputa do 3º lugar onde por 1x0 bateu o atual campeão mundial Brasil.
Após essa copa, a Polônia disputou ainda as copas de 78, 82 e 86, sendo que em 82 repetiu o feito e foi 3ª colocada. Depois de 86, voltou a disputar em 2002 e 2006, ambas caindo na fase de grupos, ficou de fora das 2 últimas copas e vai disputar a copa de 2018, sendo inclusive a cabeça de chave do Grupo H, grupo esse formado por ela mais Senegal, Colômbia e Japão.
1º Lugar: Alemanha Ocidental (1954)
Por mais que pareça piada, a Alemanha um dia já foi considerada uma zebra no futebol e uma das maiores (Na minha opinião, a maior das copas). Para ser mais específico, estou falando da copa de 1954. Para entender vou contextualizar para vocês.
Após a 2ª Guerra Mundial, a Alemanha acabou tendo seu território dividido entre os países vencedores que formaram o bloco dos aliados (EUA, Inglaterra, França e URSS). Depois dessa divisão inicial ela ficou dividida em 2: Alemanha Oriental (País socialista de influência soviética), e Alemanha Ocidental (País capitalista de influência dos EUA e Inglaterra). Inclusive o lado Ocidental conseguiu se reconstruir após muito esforço, e montar um time de futebol, mas que era visto pelos próprios alemães como muito violento e velho, tendo uma média de idade acima dos 29 anos.
Além disso, tinha outro detalhe: existiam seleções que estavam acima dos alemães na questão favoritismo, como Brasil, França e principalmente: Uruguai atual campeão mundial, e a Hungria de Puskas, que era dita como uma seleção imbatível e a grande favorita da copa de 1954 na Suíça (Um detalhe que a Hungria se tornaria uma das grandes rivais da Alemanha no futuro). Antes de falar sobre a copa explicarei o formato dela.
Também era de 4 grupos com 4 clubes onde os 2 primeiros de cada grupo passavam para a próxima fase, com o detalhe de que havia 2 cabeças de chaves que não se enfrentavam, assim como os 2 times restantes.
Nos sorteios dos grupos, a Alemanha caiu no mesmo grupo de Hungria, Turquia e Coréia do Sul. Logo na estréia a Nationaleft (Os Onze Nacionais em alemão) como é apelidada a equipe, bateu a Turquia por 4x1. Porém na 2ª partida o time enfrentou a Hungria e perdeu de 8x3. Um detalhe no mínimo interessante é que a o treinador da Alemanha Sepp Herberger, poupou os titulares no jogo, para poder estudar a forma como os húngaros jogavam. Entre outras palavras ele apostou a classificação de sua equipe. Além disso, essa partida mostrou mais da virilidade alemã, já que Puskas, o principal jogador da Hungria, acabou se machucando em uma entrada com o defensor Liebrich. Lesão essa que deixou o craque de fora de quase toda a copa, voltando apenas na final, e ainda bem lesionado. Podemos dizer que sua estratégia deu certo, pois na partida de desempate a Alemanha venceu a Turquia de novo dessa vez por um sonoro 7x2. Com esse resultado, os Nationaleft passaram para a 2ª fase.
Logo nas 4ª a tradicionalíssima Iugoslávia. Com um gol contra de Horvat e um de Rahn, os alemães bateram os eslavos por 2x0. Nas semifinais a Áustria. Com uma atuação extraordinária, os germânicos golearam os austríacos por 6x1 sendo que Schäfer, Morlock, Fritz Walter (2) e Ottmar Walter (2) marcaram para a Alemanha, colocando a seleção pela 1ª vez em uma final de copa do mundo. Na final outra vez enfrentaria a Hungria, que pra muitos já era dada como campeã.
E isso ficou cada vez mais forte, quando logo no início da partida os húngaros abriram 2x0 com Puskas e Czibor, em apenas 8 minutos de jogo. Porém 2 minutos depois Morlock diminuiu para a Alemanha e Rahn aos 18 minutos fez aquilo que era dito como impossível: empatou a partida. E jogo seguiu aberto, onde a Hungria dominava o jogo, mas não conseguia impor seu estilo de jogo, muito pelas condições do gramado, pois a véspera tinha chovido, favorecendo também o jogo de contato alemão, deixando assim a partida em aberto. E aos 45 do 2º tempo Rahn faz o que era inimaginável: marca o gol que não apenas da virada alemã, mas também da título mundial de sua seleção.
Após essa conquista inédita, que ficou conhecida como "O Milagre de Berna", o futebol viu nascer o que no futuro se tornaria uma das seleções mais poderosas e respeitadas do futebol mundial que ao todo, disputou todas as copas do mundo até então, conquistando mais 3 edições, sendo inclusive a atual campeã mundial, vencendo por 1x0 a Argentina na final de 2014, com gol de Mario Gotze na prorrogação. Um detalhe é que o título de 2014 foi o 1º da Alemanha após sua reunificação em 3 de outubro de1990
Esse ano a Alemanha encabeça Grupo F, formado por ela mais México, Suécia e Coréia do Sul. Diferente das outras, a Alemanha esta entre as favoritas, apontados por muitos como a grande favorita, e um detalhe interessante, pode enfrentar logo nas 8ª de final o Brasil. Será que vem a revanche da amarelinha sobre os onze nacionais? É esperar pra ver.
Referências Bibliográficas
Enciclopédia do Futebol (2002), Amir Mattos
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